O Pulsar da Cultura Periférica no Maior Festival de Música do Mundo
Desde sua estreia, em 2019, o palco tem sido um ponto de celebração da arte periférica, conectando diferentes expressões culturais e oferecendo uma plataforma para artistas que retratam a realidade das favelas do Rio de Janeiro. Neste ano, o espaço está ainda mais vibrante, reunindo vozes que carregam a força, a resistência e a inovação da música e cultura de rua.
A Potência das Periferias no Palco
O Espaço Favela se consolidou como uma vitrine de talentos, trazendo diversidade de gêneros musicais e artísticos, que vão do rap e funk ao samba, pagode, forró e soul. Em 2024, a programação reflete a efervescência cultural da periferia carioca, com nomes que mesclam raízes tradicionais e contemporâneas. Além da música, a periferia encontra espaço para expressar suas narrativas por meio de performances de dança e intervenções visuais, que marcam o pulsar das ruas e a resistência dos corpos periféricos.
Entre os destaques deste ano, vemos artistas que representam as várias regiões das favelas do Rio, mas também olhares que transitam por diálogos nacionais, mostrando a conexão do popular e do global. Reforçando a ideia de que a periferia está no centro da inovação cultural, reconfigurando narrativas e ampliando horizontes dentro do maior festival de música do planeta.
Transformação Social por Meio da Arte
O impacto do Espaço Favela vai além da música. Ele se conecta diretamente às transformações sociais e culturais que permeiam as favelas. É um espaço de resistência, mas também de visibilidade, onde artistas têm a oportunidade de sair do anonimato, expressar suas realidades e colocar no palco as histórias que vivenciam diariamente. Muitas dessas performances questionam as narrativas de marginalização e criminalização, trazendo à tona questões sobre violência, racismo, acessibilidade e exclusão.
Curiosamente, é lá também que rolaram fortes manifestações e discursos políticos, como o pedido de MC Hariel que fez um discurso contra as queimadas durante seu show. O funkeiro fez uma paródia da música “Oh! Chuva”, conhecida do grupo Falamansa: “Globo, peço que venha me filmar. Avise aos políticos em Brasília que o bicho vai pegar”, cantou.
Pouco antes, o MC de São Paulo levantou uma placa pedindo o fim das queimadas. Depois, disse que “a floresta pede socorro” e pediu atenção das autoridades para o assunto.
Artistas que se apresentam, sejam eles famosos ou independentes, reafirmam a importância da cultura periférica e sua capacidade de transformar o olhar sobre as favelas, quebrando estigmas e celebrando a riqueza artística desses territórios.
É a Favela no maior Festival de Música do Mundo!
Autor: Juliana Neris
Foto: Viajante Lírico